Para se enxergar, é preciso ir adiante ...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

F.L.O.R.

Quis ser flor do início ao meio.
O fim... ah! o fim é tão triste, e cruel, e solitário e tantos outros "es" !
Flor possui uma estranheza em sua ligeira felicidade, ainda assim...
...me quero semente, aguardando o momento oportuno de morrer, para ser enterrada e assim germinada. ( morrendo também se nasce )
me quero "muda", pra na exatidão do tempo, despontar aos berros e anunciar: -"eis-me aqui céu, em busca do mEU infinito."
Intensa, desejo abrir os botões de minha sã consciência, desabrochando segundo a segundo um suspiro de vida eterna frente à olhares que reconhecerem o miolo dos meus olhos.
Quero meu pólen visitando os mais remotos lugares, não me permito ser estigma de mim... sugue toda força, mas me devolva a certeza de que parte do que sou, se é-levará.
Quero o sorriso de quem me vê viva, com sangue pulsando em minhas pétalas-cores, e pranto disfarçado no suor-orvalho de minhas folhas.
Quero ser tocada por mãos que carregam o amor; o desejo do perdão; ou apenas almejam o sussurro de um sorriso que diz: "você também é importante pra mim".
Quero estar presente no luto, para assimilar que há beleza na dor , e permitir que essa mesma beleza me distraia os olhos.
Quero meus espinhos, como a face que se entrega ao tapa; e sabe ser forte, ser sorte... posso fazer sangrar, mas, bem-me-queira!
Que meu perfume enfeite o cheiro do ontem, do agora e do amanhã.
Por fim, a-dor-meço, assistindo cena a cena de um filme mudo... mantenho apenas a convicção de que o solo que um dia deu a vida, fará de mim outras flores...
...o que um dia fui, será sempre.
Seca, sombria, estanco minha tristeza , confio meu "até logo" ao mundo.
Flor-lhe-diz : mal-me-querer é o bem que contraria o partir antes da esperança.
[ vão-se as flores, ficam as sementes ]


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